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ZANGA DE COMADRES Zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades. É o que parece no caso do vereador da Câmara do Porto, e as coisas também são o que parecem. Paulo Morais diz que foi pressionado, por membros do actual e anterior governos, no sentido de ceder às pretensões dos lóbis imobiliários; que, na maioria das câmaras, o urbanismo é «a forma mais encapotada e sub-reptícia de transferir bens públicos para a mão de privados»; que «as corporações tomam o poder dentro dos partidos»; que «os dirigentes são marionetas ao serviço dessas corporações»; que a democracia está a ser subvertida. Resumindo, Paulo Morais denunciou um conjunto de situações que se presume que terá combatido enquanto vereador da Câmara do Porto, o que lhe terá valido o afastamento da lista da coligação liderada por Rui Rio às próximas Autárquicas. Ora, a ser assim, isto coloca uma dúvida: será que o vice-presidente da autarquia portuense teria denunciado a negociata caso não tivesse sido afastado da lista? Sim, porque custa a crer que o cavalheiro tenha deixado de ser ingénuo de um dia para o outro, e ainda mais que denuncie o que toda a gente está farta de saber como se tivesse acabado de descobrir a pólvora. Além de que, em vez de remeter para as «memórias», seria de esperar que tivesse ido mais longe, nomeadamente que chamasse pelos nomes as pessoas e projectos de que fala. É que, assim, as denúncias não se distinguem das que faria o mais pacato dos cidadãos — e fica tudo na mesma. Pior: fazer dele um herói, como já vi por aí quem lhe chamasse, chega a ser obsceno.
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Até Já
• 13-01-2011 |